sábado, dezembro 31, 2005

MirrorSessions


É aqui que te guardo...
Na tranquilidade da minha cegueira
quando só de sonhos me visto
Nos carinhos que troco com o Mar
quando me afogo
Nos poetas que se matam,
porque também aqui te guardaram
E desesperam em cantigas
de Saudade.
Aqui, a minha mão
E todo este espaço, vazio.

(homenagem á pontuação)

quinta-feira, dezembro 29, 2005


Iogurte e um quase sono
Que me vem daqui
Sei eu lá de onde
E não me quer deixar dormir
Uma outra musica esquecida num documento
Da minha vida
Forçada
Como esta sede de respirar. Mais alto.
De vomitar todas as cores do mundo
De te abraçar.
O sobe e desce do teu peito
Num sono pesado. Num desmaio cruel.
Na minha incapacidade de quê
Uma outra vez que se repete
Uma frase original. Ou tão parecida.
Uma palavra que já foi dita
E os meus dedos que fogem
Do meu pensamento
Ou disto. Que podia ser tanto.
Mas que se esconde atrás de mim
Com medo
É que...
já nem os meus olhos sabem reconhecer.

terça-feira, dezembro 20, 2005

Tramp'sTrips

Hoje choro tanto
E as minhas lágrimas
Fazem o céu
Caminham nas nuvens
Lado a lado
Com a minha saudade
Descem vestidas de gotas frescas
Salpicando o meu peito
entristecido
De não te ver
Passeiam-se na minha boca
Órfã
da tua
Dos teus mimos de azul
Que eu não paro de sentir
As minhas mãos
Que se abraçam sozinhas
Num suspiro
De consolo
Hoje choro
E as minhas lágrimas
Guardo-as comigo
Para te esperarmos
juntas



(Fazem-me impressão os tempos verbais
Assombram-me!)
Blurp




gosto do meu quarto
e da calma
que me espreita
enquanto a procuro
doida
sem me encontrar
o meu corpo perdido no escuro
sem saída
na beira da cama
Nem sei
por onde me escondo
Por onde anda a minha Alma
entristecida
Desencantada.
Gosto de estar assim sentada
catita
no meu pequeno barco de lençol
navegando
no meu pensamento
Lambendo cigarros sem os beijar
Sem sequer lhes sentir o sabor
sem me encontrar

As palavras
ganham sentido
Ficam mais fortes
e derrubam-me

Gosto do meu cinzeiro
de madeira
Da espada de ferro que me corta
o coração
A minha orelha embalada p’lo vento
que me tráz de volta à saudade
Assim sentada
neste mar de coisas breves
Repetir-me
e não parar.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

MirrorSession's

Já não sei se é mesmo isto que quero fazer
Tenho o corpo perfumado
Um cheiro bom, doce, como aquele que imagino
Para ti.
Estou deitada depois da morte. Que nos abraçou.
E faço reviver tudo isto.
Tenho medo de te escrever. Tenho medo.
Que penses. Que é para ti. Isto.
Que eu vomito lentamente. Enquanto os meus olhos me enganam.
Um cheiro doce. Que me pede para dormir.
E sonhar. Com um sorriso meu.
Eu que já fui tão formosa. E que agora. Me perco.
Sozinha. Que já não acredito em nada e me perco.
Sozinha.
E cujo rosto se resignou ao que não sabe.
Porque não sei de nada.
E ninguém sabe de mim.
Porque sei que vivo e triunfo
No meu peito.
Eu e ele. Feitos para mim. Para que eu saiba sempre.
Sozinha. Onde me hei-de encontrar.
E agora falava alto para ti.
Do alto da minha alma. Que me cresce.
Falava de todos os suspiros do mundo
E que não são suficientes
Para que tu te percas também.
As palavras pedem-me mais
Eu fraquejo.E no entanto
Amo-te mais que perdidamente!
E tenho medo
De te dizer. E que penses que é para ti.
Tudo isto.

Vou acender um cigarro.
E mais um ponto final que me deixa a pairar por aqui