quinta-feira, fevereiro 22, 2007

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quando penso demais sobre a matéria
torno-me fraca,
perco o interesse
deixo-me apagada
E substituo-me por outros ais
que não os meus.
desencanto-me facilmente
Como se estivesse à espera. de ser tudo sempre igual
Nada me detém neste circulo giratório
nesta esfera tingida de branco. e azul
as cores do mar que vou reprimindo
ignorando. Como farpas armazenadas
nas paredes escuras. Dos meus olhos
dos raios de sol que não conseguem ir além
das minhas portadas
quando me escondo dos dias.
Bato a porta. Fico no chão.
e vejo a vida toda a passar por mim

domingo, fevereiro 18, 2007

honey... i'm home


se
eu vivesse. Numa almofada
ou no fundo de um lago
Cercada de árvores altas
nenúfares em flor. saltitantes.
cristais amarelos nas minhas margens
O camuflado das ervas
que me estendem os braços e me abrigam
dos dias que passam lá fora
O silêncio. uma luz reflectida.
tranquila. Na minha ondulação lenta.
no meu descanso


Daqui a pouco o mundo acorda
e eu vou ter que acordar também
Vestir a dor. De já não saber estar aqui
de não ter dentes. Para morder a corda
que me prende nesta mesma posição
e me conserva. Enganada.
pálida. como todos vós
pisando os mesmos saltos altos
Num tapete paralelo
Na mesma distância
Ou num conto do nunca mais

Uma terra imaginada por quem
Não tem mais nada que fazer
Como eu que fui ver as horas
E me lembrei de tudo isto

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

one more moondance


É sempre o mesmo frio
O mesmo desencanto
Encosto-me na minha almofada
E deixo que o suspiro fale por mim
de mim
dos meus cabelos estendidos
sobre o meu peito
Como um ribeiro de penas
em busca do mar
o horizonte. Amordaçado.
Sempre o frio. O desconsolo.
O peso do dia sobre o olhar
Sobre o meu peito retalhado

e já chove sobre as nossas cabeças
Já o vento nos leva a alma
E o fumo deste cigarro me apaga a vida
É já tarde nos nossos relógios
e sempre tarde dentro de mim
como uma ultima batida pronta a disparar
que se contêm. e recua.
E nunca encontra o tempo certo
para se deixar morrer.