domingo, janeiro 29, 2006


Vejo-me sempre sozinha
Neste espelho baço
Um reflexo de um nada. Ausente.
Que não vale a pena acordar
Sento-me e sinto-me
Vazia. Despida das minhas penas
de algodão doce.
Vejo-me passar por mim
Pelo espelho
Sem nunca ficar
Porque não passas também
e te sentas… aqui. Sentindo.
O estremecer das minhas pernas
quando te buscam. Tresloucadas.
No silêncio. De todas as noites.
Em que não te falo
Em que não te sei dizer nada
E não te reconheço em mim…
No meu espelho. Sozinha.
O desencanto deixa-me muda.
A antecipação da derrota
prende-me a respiração
prende-me os braços
Cala-me a boca. Tão nossa…
Seca-me os olhos. Doentes.

Vejo-me. Sempre sozinha
Sinto.A tristeza
Correr-me nas veias
Esmagando-me o coração
Engolindo-me lentamente
A paixão

E parto em busca de outras realidades
Só para não ter
que chorar a minha.

sábado, janeiro 28, 2006

ShowerMeSession


Os dias parecem mais curtos
Começo mais cedo
Nunca estou só. As imagens...
Como uma película de filme a flutuar no meu sangue.
Pintei as unhas, para me lembrar que estou viva.
A cor das cores nas pontas das minhas mãos.
Como ramos que florescem dos meus ombros
Cigarros, frutos secos
Também eles se quebram no chão.
Hoje é dia de gritar beijos, trincar corações..
ver o tempo a passar pelos meus cabelos.
Ou dormir!
A chuva entrou-me pelo nariz.
Tenho os pulmões alagados
E o cheiro do sal na minha testa
Quando a minha mão me procura
num ímpeto de consolo
E os meus olhos se fecham
e se preparam para voar


Hoje é dia de café!
e nada mais

sexta-feira, janeiro 27, 2006


Já nem sei quem apoia quem
Se a minha mão na cabeça
Ou a cabeça na minha mão...
Schhhh


-Uma semana
e 30 minutos-

Estou a ouvir poesia
Falada. Sentida.
Escrita com o meu sangue
E com a minha saudade
Um choro de violinos
E uma voz já cansada
Que se passeam na minha orelha
Ouço falar da vontade, Amor
De te escrever
E escrever de tudo o que nos faz
E que é poesia,
Que vem do meu peito
Com o carimbo
... do meu coração

(Estou a ouvir o playback
Do vento )

quarta-feira, janeiro 25, 2006


Findaram-se-me as palavras
Já nada me resta para dizer
Só este fumo que insiste
Em querer falar por mim
Pelas outras de que me visto
Os retalhos da minha alma
Doente!...
As que gritam loucas por ti
As que te esperam
Enquanto eu me visto de tristezas…
O sol já pouco me aquece
E a lembrança do teu calor
Vai longe,
Nas ondas de um doce Mar
Que te levou.
Doente
Resta-me esperar pela noite
Todos os dias
Até que arrefeça

(how much colder can it get)


Nestes pedaços de pano
Onde me escondo dos dias
E fracasso
Repousa o meu corpo cansado
De chamar por ti
Não me importa já
Que tempo não passe
Também tu não passas por mim
Esta dor ficou mais calma
Mas os cigarros sucedem-se
E eu vou inventando cores
Para pintar a minha saudade

(play it again Sam)

terça-feira, janeiro 17, 2006


Sem dormir...
Mais uma passa
E outra passada desalinhada
É de rosas meu Anjo, este odor
Que queimo enquanto escrevo memórias
Desse beijo



(o Mar está cada dia mais louco
e as minhas costas
estalam)






SaltySessions
BedyBed

Quantas vezes me deito assim
Olhando para o nada,
Em cima da cama.
É que não quero adormecer
Tenho medo de dormir demais!
Quantas horas passam pasmadas
em passo lento,
zombando de mim
A imaginar-te...

É que eu, deito-me assim
E esqueço-me de respirar.

terça-feira, janeiro 10, 2006

Tramp's Trips

Escusado
Já não sei dizer nada
Trago o coração ás voltas
Num tremendo frenesim
Enrolado sobre a minha cabeça
Batendo forte na minha barriga
Levando a minha inspiração…
E a minha tristeza
Que também me abandonou
Todas as minhas lágrimas
Que se partiram. Que partiram.
Que me fogem ao ver-te passar

A Florbela tinha-me falado de ti
Em todas as noites de silêncio
Em todos os cantos escuros
Eu escutava
Sentindo a dor
Debruçada sobre a janela
Ajoelhada ao teu altar
Onde eu esperava
E cegava com o perfume
do teu sorriso
espalhado
Por todos aqueles versos
que eu nunca te soube escrever

Por toda a minha incapacidade…

E não sei dizer mais nada
Escusado!
Foi-se a minha solidão
Os dias já não me assustam
Não há choro.
Só o meu coração desregrado
Que me regula as passadas
E me faz sentir assim. Perdida.
No meu próprio suspirar.

Ficou a saudade
de mansinho
para me acordar num beijo teu

segunda-feira, janeiro 09, 2006

H - C sessions

Mais um dia de suspiros
E os meus olhos atrás de ti
Cheiro a mar...
Que se me entranha na pele
E me deixa tonta ás voltas
Com as minhas mãos. Nas tuas.
Água… Sal...
Bebo para te poder transpirar
De noite, nos meus delírios.

… O meu peito em chamas!
H-C sessions



Os meus dentes serraram-se
E eu trinquei-te
Gentilmente...
Como quem se embrulha numa gota de céu
Ou no sapato de uma estrela
E se deixa passear....
Um pedaço de chocolate
Que se derrete
Nas fogueiras da minha boca
Que te vai cheirando
Nas cores do arco-irís.
De cetim... visto lábios
De pétalas de flor, adormecidas
Na solidão dos teus beijos...
Trinquei!,
O teu nome baixinho
E fiz-te moldura no coração

terça-feira, janeiro 03, 2006

MirrorSessions

O amor deixou-nos. Ou foi só a mim
Fui só eu que me deixei parada
Naquele instante
Naquele espaço
Onde tudo cheirava a delírio
Bater de asas. Bocas famintas.
Meus fantasmas de ouro. Esquecidos
Em que lembrança
De que hora
Procurando só...
Só. Procurando.
Um minuto que não queira ser breve
Como toda eu
Que não se deixe perder
Num sopro. Do vento
Que não me faça pensar em mais nada
E nem nisto
Quando pouco mais há para fazer
E o amor. Já nos deixou.