sábado, maio 10, 2014

mm

nestes dias compridos
começam cedo. acabam ainda mais tarde.
picam o ponto a horas tontas e trocam-me o sono
deixam-me a boca morta. os pés mascarados.
a vida de pernas para o ar.
o meu peito aberto. arrancado
força de uma força que não tenho
Dias em que acordo também eu mascarada
de um azul com que pinto os olhos
para desafiar as cores do céu
esse maldito! atormentado.
não me deixa dormir...

as unhas por pintar e o copo,
quase vazio
quase nada que devo voltar a ocupar
com mais gotas disto mesmo
mais sombras que se sucedem nas minhas paredes
de tijolo
outro furo. outro parafuso.
mais um quadro que não fixou
e outra espera...

dias. que nunca parecem reais
que são passagens de outros. de passagem.
onde eu nunca encontro lugar. sentada.
com os pés novamente em ferida
e as costas voltadas. á dor.
de mais uma viagem
de pé!

penso em dormir e revolto-me
com todos os ruidos lá fora. estes gritos.
cá dentro
esta mania de fazer de conta...

mais um copo vazio
nestes  dias.
assim.
quase chuva