sexta-feira, agosto 04, 2006


Chego aqui e paro de pensar
Paro de fazer qualquer coisa
Só sei lembrar-me de ti
De como me ferve o sangue
E a boca me seca
E o meu coração… quase pára
Quase tanto, que nunca acontece
Quase a nossa vida
Aqui, num suspiro ao amanhecer

Deixa-me ficar quieta um segundo
Deixa-me ficar. Em silêncio,
No vazio do meu peito
Em que agora habitas
Ouvir a Annie… qualquer coisa assim
Que me embale o coração
E me faça esquecer a razão
Que me impede de me esquecer de ti
E me corta a pele
O cabelo
A fome de me matar
E deixar-me ser vento
E viajar… soltar-me a cada acorde
A cada trago de vodka
Ou de outra coisa qualquer
Novamente a paixão
E a minha dor.
Mais outra tão igual
A todas que imaginei
E a imagem de um beijo
Eu vento… nos teus cabelos
Fazendo poeiras de reticências
Tentando fugir. E matar-me.
Sempre a morte nesta fuga
E é também a descrença…
Acordo muito cedo da fantasia
Acordo antes de me ensinar a dormir
Não me permito um pouco mais que isto
Porque não pode ser
Perder o controlo é fraqueza
A fraqueza das minhas pernas quando te vêem
Quando sentem o teu cheiro… ainda a nada
Porque não me deixas chegar mais perto
E eu não sei chegar mais perto
E tenho medo de te perder no entretanto
Do caminho
Mas não sei fazer de outra forma
E não posso. Fazer de outra forma.

O sorriso. A tua boca de oiro
Esse beijo que solto
Sempre que te olho
E não paro de olhar para ti
Sempre que posso
A musica… que me castiga tanto
Mais um suspiro
E quero que morras também