domingo, janeiro 29, 2006


Vejo-me sempre sozinha
Neste espelho baço
Um reflexo de um nada. Ausente.
Que não vale a pena acordar
Sento-me e sinto-me
Vazia. Despida das minhas penas
de algodão doce.
Vejo-me passar por mim
Pelo espelho
Sem nunca ficar
Porque não passas também
e te sentas… aqui. Sentindo.
O estremecer das minhas pernas
quando te buscam. Tresloucadas.
No silêncio. De todas as noites.
Em que não te falo
Em que não te sei dizer nada
E não te reconheço em mim…
No meu espelho. Sozinha.
O desencanto deixa-me muda.
A antecipação da derrota
prende-me a respiração
prende-me os braços
Cala-me a boca. Tão nossa…
Seca-me os olhos. Doentes.

Vejo-me. Sempre sozinha
Sinto.A tristeza
Correr-me nas veias
Esmagando-me o coração
Engolindo-me lentamente
A paixão

E parto em busca de outras realidades
Só para não ter
que chorar a minha.

1 Comments:

Blogger Black Rider said...

Bonito apesar de triste ou bonito por ser triste. Como é que sabes que não acabas por chorar as (outras) realidades que sentes como não sendo a tua?

beijo

10:00 da tarde  

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